sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Definindo a Eficácia



Vocês conhecem a fábula de Esopo sobre a galinha dos ovos de ouro? A fábula conta a história de um pobre fazendeiro, que um dia descobre no ninho de sua galinha preferida um reluzente ovo de ouro. No início, ele desconfia de algum tipo de brincadeira. Mas, no momento em que vai jogar o ovo fora, pensa melhor e o leva para ser avaliado. O ovo era de ouro maciço! O fazendeiro não consegue acreditar em sua sorte. Fica ainda mais surpreso no dia seguinte, quando o fenômeno se repete. Dia após dia ele se levanta e corre para o galinheiro para apanhar mais um ovo de ouro. Ela acaba ficando imensamente rico, e mal podia acreditar em tanta sorte. Junto com a fortuna, porém vieram a cobiça e a impaciência. Incapaz de esperar pelo ovo de ouro de cada dia, o fazendeiro decide matar a galinha e pegar todos os ovos de uma só vez. Mas, quando abre a ave, descobre que não havia nada dentro dela. Nenhum ovo de ouro. E agora não havia mais meio de consegui-los. O fazendeiro destruíra a galinha que os produzia. Acredito que nesta fábula se manifesta uma lei natural, um princípio – a definição básica de eficácia. A maioria das pessoas enxerga a eficácia a partir do paradigma dos ovos de ouro; quanto mais alguém produz, quanto mais faz, mais eficaz é a pessoa. Entretanto, conforme se ver na história, a eficácia resulta de duas coisas: o produto (ou seja, os ovos de ouro) e o meio de produção, ou a capacidade de produzir (a galinha). Se você adotar um modo de vida focalizado nos ovos de ouro, negligenciando a galinha, em pouco tempo perderá a fonte dos ovos de ouro. Por outro lado, se cuidar apenas da galinha, sem dar importância aos ovos de ouro, logo não terá mais meios para alimentar a galinha, ou a si próprio. A eficácia consiste no equilíbrio, entre a produção dos resultados desejados, os ovos de ouro e a capacidade de produção, o bem ou o meio que produz os ovos de ouro, a galinha. Existem três tipos de bens ou ativos: físicos, financeiros e humanos. Há alguns anos comprei um bem físico – uma máquina de cortar grama. Usei o cortador diversa vezes, sem me preocupar em fazer a manutenção. Ele funcionou adequadamente durante dois anos, mas depois disso começou a dar problemas. Quando tentei recuperá-lo, afiando as lâminas e revisando o motor, descobri que a máquina perdera mais da metade de sua força original. Não prestava pra mais nada. Se eu tivesse investido em capacidade de produção – manutenção e conservação do bem -, ainda desfrutaria de sua produção – a grama aparada. Com não cuidei dele, precisei gastar muito mais tempo e dinheiro para comprar um cortador de grama novo do que teria gastado na manutenção adequada da máquina original. A eficácia, no caso, foi nenhuma. Em nossa busca frenética por resultados ou vantagens a curto prazo, frequentemente destruímos um bem físico precioso – seja ele um carro, computador, máquina de lavar ou até nosso corpo e meio ambiente. Manter produção e capacidade de produção em equilíbrio representa uma enorme diferença na utilização eficaz dos bens físicos. Vamos falar de um assunto que compete a todos, o financeiro, nosso meio financeiro mais importante é a capacidade de ganhar. Se não investimos continuamente na melhoria de nossa própria capacidade de produção, limitamos drasticamente nossas opções. Ficamos presos a nossa situação atual, morrendo de medo do chefe, da opinião que tenham de nós na empresa, dependentes economicamente e sempre na defensiva. Mais um exemplo de ineficácia. No ativo humano o equilíbrio produção e capacidade de produção é igualmente fundamental, até mais importante, pois duas pessoas controlam os ativos físicos e financeiros. Quando duas pessoas, em um casamento, estão mais preocupadas em conseguir os ovos de ouro, os benefícios, do que em preservar o relacionamento que torna tais benefícios possíveis, com frequência agem de forma insensível, sem consideração pelo outro, negligenciando a boa vontade e a cortesia,  tão importantes em um relacionamento profundo. Passam a lançar mão de estratégias para manipular o outro, concentram-se em suas necessidades para justificar a atitude tomada e ficam procurando provas de que o outro está sempre errado. O amor, a delicadeza, o enriquecimento mútuo e a espontaneidade começam a deteriorar. A galinha dos ovos de ouro mostra-se mais enferma a cada dia.

Obs.  É um tema do Livro de Stephen R. Covey, Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, adquirem o livro é sensacional, abraços fraternos.

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